27 brasileiros estão presos em Hong Kong por tráfico internacional de drogas

14 homens e mulheres cumprem sentenças que variam de 11 a 20 anos de encarceramento; 13 foram presos em 2023 e aguardam julgamento

“Vivemos um novo tipo de escravidão”. A afirmação é de John Wotherspoon, CEO da Voice for Prisoners, em recente visita ao Brasil, em viagem que integra uma agenda internacional composta por 13 países, incluindo também destinos como Etiópia, Uganda, Tanzânia, Zimbabwe, África do Sul, Tailândia, Malásia, Peru e Colômbia.

John Wotherspoon é idealizador da campanha “Não Mais Mulas” (em tradução livre de sua versão original, No More Mules), que deu origem à organização não-governamental Voice For Prisoners (VFP), fundada em Hong Kong há cinco anos para atuar no combate ao tráfico internacional de drogas.

O Brasil está no topo da lista de 2023, com o maior número de pessoas presas: ao todo, 13 brasileiros e brasileiras, entre 22 e 75 anos, foram detidos em Hong Kong no ano passado pelo tráfico de drogas, especificamente cocaína. Estas pessoas estão detidas e aguardam suas sentenças. No ranking geral, desde a criação da ONG, o Brasil ocupa o segundo lugar, atrás da Colômbia. No total, 27 brasileiros e brasileiras estão presos em Hong Kong, a maior parte deles (14), cumprindo sentenças que variam de 11 a 20 anos de encarceramento.

A comitiva da Voice For Prisoners no Brasil conta com as participações de de Jane Chow, Chefe de Operações, e Ulises Espinosa, Consultor da América Latina da VFP, e inclui visitas às famílias dos presos, além de encontros com autoridades governamentais e outras entidades ligadas à causa humanitária.

Entre os caminhos que levam uma pessoa a se tornar mula no tráfico internacional de drogas, destaque para a coerção, a inocência e a carência de recursos financeiros. “Essas pessoas são presas fáceis para grupos que atuam de forma coordenada conectando vários países e, infelizmente, tendo o Brasil como um dos hubs mundiais. É uma constante batalha e nós fazemos o que pode ser feito para prevenir pessoas de serem usadas como mulas e acabarem nas prisões de Hong Kong”, reforça o CEO da Voice For Prisoners.

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