Especialista ensina como usar bem o 13º salário


O décimo terceiro salário vai injetar R$ 291 bilhões na economia brasileira. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 87,7 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas vão receber o rendimento adicional. O prazo para que as empresas paguem a segunda parcela termina no dia 20 de dezembro.

Com o “respiro” nas finanças, 40% das famílias pretendem pagar dívidas. Outras, têm a compra de presentes, as despesas de viagem e as festas de fim de ano nos planos. A dica, no entanto, é usar o salário extra da melhor forma possível.

Consultor nas áreas de Comportamento do Consumidor e Planejamento Estratégico, Sérgio Czajkowski Júnior diz que o planejamento é a chave do sucesso para aproveitar o 13º com sabedoria. “O primeiro passo é reunir a família, calcular as dívidas, avaliar as finanças e planejar a forma como esse salário adicional será utilizado. Depois, fazer um planejamento de curto, médio e longo prazos pensando nas estratégias para manter as contas no azul em 2024.”

Segundo o especialista, a prioridade deve ser a quitação das dívidas já contraídas, principalmente as do cartão de crédito, que têm juros mais elevados. “Antes de gastar com festas, presentes e viagens é melhor estancar a sangria de 2023. Com as contas em ordem, fica mais fácil administrar as despesas do início do ano”, ensina o professor de Marketing, Branding e Comportamento do Consumidor no UniCuritiba – instituição que integra a Ânima Educação, o maior ecossistema de ensino superior privado do país.

Endividamento
No Brasil, 76% das famílias estão endividadas e ainda que o índice esteja em queda nos últimos meses, chegando ao menor patamar desde o início de 2022, o percentual é considerado alto. Conter o impulso de fazer novos gastos com base no 13º salário é a primeira medida para organizar as finanças.

A renda extra, lembra Sérgio Czajkowski Júnior, deve servir para organizar a vida financeira e começar 2024 sem dívidas. “Quem está inadimplente deve aproveitar o momento para resolver a situação e começar o ano no azul. Não se pode esquecer que janeiro e fevereiro são meses de forte impacto nas finanças, em função das matrículas, uniforme e da compra do material escolar, além de impostos como IPTU e IPVA.”

Ansiedade atrapalha o planejamento
O professor do UniCuritiba diz que o brasileiro tem dificuldades para se planejar financeiramente. A lembrança de décadas passadas, quando a inflação era descontrolada e atrapalhava o orçamento doméstico, é um dos fatores. “Quem viveu naquela época tem isso no inconsciente e está aprendendo a se planejar; mas quem é mais jovem também tem dificuldades para fazer o planejamento de longo prazo em função da ansiedade, uma característica dos novos tempos.”

Para dar certo, o planejamento financeiro deve ser feito com o envolvimento de toda a família, inclusive dos filhos. “Existem aplicativos que ajudam muito nessa tarefa, mas o bom e velho caderninho ou uma planilha de excel também são eficientes”, ensina o professor do UniCuritiba.

Dívidas no topo da lista
A prioridade no uso do 13º salário deve ser a quitação das dívidas. De acordo com o especialista em Planejamento Estratégico, colocar as contas em dia é essencial para administrar, com mais facilidade, as despesas do próximo ano.

“Quem está endividado não deve aumentar essa conta com a compra de presentes, viagens e festas. Priorize o pagamento das dívidas e das compras essenciais. Deixe os supérfluos para quando as finanças estiverem equilibradas.”

Outra recomendação do professor do UniCuritiba é fazer compras à vista, o que facilita a negociação de descontos. O parcelamento não deve ser uma prática corriqueira, ficando restrito às aquisições de bens e produtos mais caros.

“É difícil estimar o quanto cada família deve destinar às despesas fixas, variáveis, lazer e outros gastos, mas a regra universal é: gaste conforme seus rendimentos. Utilize os recursos de forma a fechar o mês no azul e, sempre que possível, mantenha uma reserva para emergências”, ensina Sérgio.

Investimento no futuro
Depois de quitar as dívidas, reservar recursos para as despesas do início de ano e comprar o essencial para as festas, o consultor da área de Planejamento Estratégico Sérgio Czajkowski Júnior sugere que as pessoas pensem em fazer um bom investimento.

“Além dos investimentos financeiros, investir em si, principalmente em capacitação, é uma ótima ideia. Pessoas com graduação recebem até 40% a mais do que profissionais sem formação superior. Usar parte do 13º salário para começar uma faculdade ou um curso de idiomas, por exemplo, é uma excelente opção”, recomenda o especialista.

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