Segundo a médica cardiologista Chiu Yun Yu Braga, supervisora do Internato de Urgência e Emergências do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), os grupos de risco não mudaram: idosos, hipertensos, diabéticos, fumantes e pessoas com colesterol elevado. No entanto, ela relata que a falta de acompanhamento médico durante a pandemia, especialmente para pacientes portadores de doenças cardiovasculares, também contribuiu para o aumento desses casos. “Muitos pacientes deixaram de receber qualquer tipo de acompanhamento. Com o fechamento dos estabelecimentos de saúde, não houve atendimento adequado para doenças cardiovasculares. Mesmo após a pandemia, as consultas ainda não foram normalizadas”, revela.
Os problemas cardiovasculares são a principal causa de morte entre homens e mulheres no Brasil. De 2017 a 2021, 7.368.654 pessoas morreram devido a essas doenças no país. No entanto, o risco de problemas cardíacos não se limita a essas pessoas, e durante o inverno, quando a chance de ocorrer um infarto é maior, os cuidados devem ser redobrados. “O frio está relacionado a várias condições do nosso corpo que ampliam a probabilidade de um infarto, como o aumento da pressão arterial e da atividade nervosa simpática, que acelera os batimentos cardíacos e causa constrição dos vasos sanguíneos do coração”, explica a médica. “Comuns no inverno, as doenças respiratórias também podem mascarar uma doença cardíaca, que pode levar ao infarto”, complementa.
De olho nos sinais
A cardiologista destaca que é fundamental estar atento a alguns sinais que podem indicar um possível infarto, como dores no peito após esforço físico, falta de ar, cansaço e sensação de desmaio, por exemplo. Segundo a médica, o próprio infarto pode ser a primeira manifestação de doenças cardiovasculares, portanto, a prevenção é imprescindível. “É importante tratar as doenças que aumentam o risco de infarto. Para prevenir, é indicado reduzir a exposição ao frio, manter-se bem hidratado e adotar hábitos de vida saudáveis”, indica. “Ter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, carnes magras, grãos, oleaginosas e cereais integrais; sono adequado; praticar atividade física regularmente; proteger-se contra infecções respiratórias e manter as consultas médicas em dia”, detalha.
Comentários