Uma pesquisa da Universidade de Chicago revela que pessoas sem amigos têm a imunidade mais baixa, demoram mais a curar doenças simples, como resfriados, e ficam mais suscetíveis a enfermidades. Outro artigo publicado no Journal of the American Medical Association associa a solidão a um risco mais elevado de desenvolver Alzheimer.
No Dia Internacional da Amizade, celebrado oficialmente em 30 de julho para marcar a “cultura de paz e não violência” proposta pela ONU, a psicóloga Daniela Jungles reforça a importância dos amigos para a saúde física e mental.
“Quando as pessoas nutrem relacionamentos sociais saudáveis e valorizam as amizades, o organismo responde positivamente, aumentando a sensação de bem-estar e prazer”, explica a professora do curso de Psicologia do UniCuritiba – instituição que integra a Ânima Educação.
Estar em boa companhia ajuda na liberação de ocitocina, endorfina, serotonina e dopamina – substâncias químicas produzidas pelos neurônios. Esse “quarteto da felicidade” fortalece o sistema imunológico, melhorando a saúde física e psicológica.
Seja influenciado por bons amigos
Segundo Daniela Jungles, mestre em Ciências da Educação pela Universidade de Sherbrooke (Canadá) e palestrante na área de saúde mental e qualidade de vida, sempre vale a pena reforçar a importância dos amigos.
“Uma amizade é capaz de nos influenciar positivamente na mudança de hábitos de vida. Os amigos não são excelentes companhias somente nas festas e momentos de lazer. Eles são aliados em momentos difíceis e são suporte em tarefas do dia a dia, do trabalho ou da escola. É preciso valorizar um amigo que nos leva para a academia, nos apresenta um bom roteiro de viagem ou nos incentiva a parar de fumar”, comenta.
Décadas de estudo
O valor dos bons amigos não chega a ser novidade, pelo menos para a ciência. Em 1937, pesquisadores da Universidade de Harvard lideraram um dos maiores estudos sobre a saúde humana e concluíram: a saúde e a longevidade não dependem apenas da genética e da alimentação, mas também dos amigos.
Há provas sobre a relação entre a amizade e a longevidade. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela professora de Psicologia da Universidade Brigham Young, dos Estados Unidos, Julianne Holt-Lunstad, há 50% mais chances de viver quando se tem uma rede social de apoio.
Não ter amigos, apontou a pesquisadora, é um fator mais relevante para a mortalidade do que a obesidade e o sedentarismo. Além disso, a amizade é capaz de prolongar a vida em até uma década. Pessoas com mais de 70 anos têm 22% a mais de chances de chegar aos 80 anos se tiverem laços fortes de amizades.
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