Especialista em Restauro em Arquitetura, Caroline Ganzert Afonso diz que as edificações históricas permitem uma excelente leitura sobre a cidade e ainda que o patrimônio de Curitiba tenha sofrido com a falta de leis mais severas de conservação, o que levou à destruição de prédios históricos para a construção de novos edifícios, existe um rico acervo a ser conhecido.
“As construções históricas são documentos que possibilitam uma ampla investigação sobre a cidade”, ensina a professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do UniCuritiba – instituição que integra a Ânima Educação, um dos maiores ecossistemas de ensino superior do país.
Pensando nos 330 anos de Curitiba, a arquiteta e urbanista sugere um tour comemorativo.
. O roteiro começa na Casa Romário Martins, no Largo da Ordem, um dos raros exemplares de arquitetura colonial da cidade.
· O passeio continua pela Igreja da Ordem, seguindo pela rua Dr. Claudino dos Santos e passando pelo Memorial de Curitiba – outro interessante edifício com inspirações paranistas em sua estrutura.
· De lá, o visitante segue até o famoso “Cavalo Babão” – uma escultura em homenagem aos tropeiros.
· As próximas paradas são a Igreja do Rosário e o Palacete Garibaldi (exemplares da arquitetura eclética da cidade).
· A visitação continua pela Av. Jaime Reis, passando pelas Ruínas de São Francisco e pelo Belvedere, recentemente restaurado e um belo exemplar com características Art Nouveau.
· Ainda pela Av. Jaime Reis, na esquina com a Rua Portugal, a atenção é para uma das primeiras casas modernistas brasileiras, a Casa Kirchgassner.
Além de interessante do ponto de vista histórico, já que o visitante “viajará” por diferentes períodos da histórica da arquitetura e de Curitiba, o percurso recomendado pela arquiteta e professora do UniCuritiba tem outra vantagem: pode ser feito a pé. “Quem escolher o domingo para apreciar a região tem ainda a Feirinha do Largo como atrativo”, lembra Caroline.
Exemplos de preservação
A professora do UniCuritiba explica que a arquitetura e a cidade caminham juntas. “A arquitetura é a escala do cotidiano e das pequenas ações no espaço. Já a cidade é a somatória e a relação entre essas pequenas ações.”
Por este motivo, complementa Caroline, a preservação do patrimônio histórico é tão importante. “Curitiba tem exemplos muito interessantes de preservação, que vão além da conservação da edificação. São locais que propõem ações de conscientização sobre a relevância do patrimônio para a cidade e para seus habitantes”, comenta.
Três exemplares desta preservação ideal, na avaliação da arquiteta e urbanista, são o Paço da Liberdade (antiga sede da Prefeitura e hoje endereço do SESC), o Palacete dos Leões (sede histórica do BNDE) e a Catedral de Curitiba. “Todos esses locais têm visitas guiadas que podem ser feitas após agendamento e, por isso, são passeios imperdíveis para moradores e visitantes”, informa a professora.
Arte e arquitetura
Com especialização em História da Arte, Caroline entende que a arte é uma das expressões mais ricas da vivência humana. “Com a arte é possível expressar conceitos, sentimentos e relações complexas. Por meio dela e de sua linguagem, que pode ser visual, auditiva, olfativa e tátil, podemos explorar elementos estéticos. A arquitetura é uma forma artística capaz de imprimir sensações e experiências que enriquecem a vivência humana”, analisa.
Curitiba na vanguarda
Na avaliação de Caroline Ganzert Afonso, doutora em Geografia, Curitiba está na vanguarda de muitas ações urbanísticas que conectam passado e futuro.
“A gestão da informação nas cidades vem crescendo nos últimos anos e, mantendo suas características inovadoras, Curitiba tem atendido a esta demanda. Ações neste sentido já existem, como o aumento da conectividade para facilitar o trânsito, por exemplo, e o incentivo às startups.”
Entre os desafios e nichos a serem explorados na Curitiba do futuro, finaliza a especialista, estão a economia criativa e ações nas áreas de gestão, meio ambiente, cultura, saúde e educação.
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