Instituto Ser Sustentável torna-se a primeira empresa certificadora ESG do Sul do país

 

Sócias do Instituto Ser Sustentável: Rubia Moisa, diretora técnica, Denise Baluta, diretora financeira, Cris Baluta, diretora de parcerias e mercado, e Silvia Elmor, diretora de planejamento

As empresas possuem muitas ações sociais, de sustentabilidade e gestão, mas o maior desafio das lideranças tem sido classificá-las e priorizá-las em estratégias que possam ser desmembradas e incorporadas aos objetivos da agenda ESG (Environmental, Social and Governance).

Por não se tratar de uma exigência rígida como a padronização ISO, mas ainda estar em processo de construção de processos e procedimentos, implementar estratégias ESG ainda representa o maior obstáculo corporativo. “O setor empresarial é o protagonista desse movimento, mas nos deparamos com muitas corporações que têm a intenção de implantar ESG, mas desconhecem conceitos básicos e, principalmente, o que priorizar ao adotar as práticas no cotidiano”, alerta Silvia Elmor, diretora de Planejamento Estratégico do Instituto Ser Sustentável, empresa especializada na mentoria e certificação ESG.

ESG não é moda passageira, mas veio para ficar
Segundo ela, a busca por critérios ESG não é uma tendência passageira, mas um movimento irreversível e em evolução impulsionado, principalmente, pela cobrança dos consumidores. Exemplo disso é a pesquisa norte-americana Union Weber, que apontou que 87% dos brasileiros preferem comprar de empresas sustentáveis, enquanto 70% dos consumidores não se importam em pagar mais caro por produtos feitos por organizações sustentáveis.

“Cada vez mais o consumidor vai exigir que as empresas cumpram seu papel social, fomentem diversidade no seu quadro de colaboradores, adotem equidade nas relações de trabalho, respeito ao meio ambiente e discurso coerente entre o que diz e faz na prática. E hoje, com acesso à informação globalizada, o consumidor tem capacidade de pesquisar sobre as empresas e verificar se isso é verdade ou apenas fachada”, aponta.

Primeira certificadora de critérios ESG no Sul do país e primeiro braço estratégico da entidade inglesa IASE
Na prática, adequar a empresa aos critérios ESG é muito mais complexo, porque é preciso entender as especificidades de cada negócio, os impactos causados no seu entorno, as implicações em toda a cadeia de produção e as consequências entre seus vários stakeholders. “A adoção dos critérios ambientais, sociais e de governança deve moldar o core business das organizações e reverberar em todos os níveis hierárquicos e em todos os departamentos”, explica Cris Baluta, diretora de Parcerias e Mercado do Instituto Ser Sustentável.

Para auxiliar as empresas no desenho de estratégias específicas, o Instituto Ser Sustentável concede uma certificação inédita e pioneira no Sul do Brasil. O Selo Propósito ESG atesta a intenção das lideranças em se aproximar de boas práticas de sustentabilidade e baseia-se em metodologia única e exclusiva. Traz como base os critérios do Pacto Global da ONU, da qual o Instituto Ser Sustentável é signatário, e braço estratégico no Brasil da International Association for Sustainable Economy (IASE), entidade inglesa que lidera o trabalho de padronizar mundialmente os critérios ESG.

Credibilidade e acesso a financiamentos verdes
Essa certificação é a primeira etapa para a implantação da cultura ESG, conferindo à empresa visão crítica sobre os pontos fortes e melhorias, por meio de mentorias e sugestões de planos de ação acompanhados pelos especialistas da certificadora. “A principal dúvida do empresário gira em torno de qual tripé do ESG dar prioridade”, informa Silvia Elmor.

São muitos os benefícios da certificação, mas os principais percebidos pelas organizações são o aumento da produtividade e atração de talentos, maior acesso a financiamentos verdes ao apresentar indicadores ESG consolidados, bem como ampliação dos índices de inclusão social, redução da pegada ecológica e construção de legado.

“O Selo Propósito ESG não representa apenas uma certificação, é um instrumento de melhoria muito importante para as corporações ao estabelecer metodologia que demonstra os projetos ESG que apresentam melhores resultados em relação à valorização de marca, aumento da reputação e ganhos financeiros”, explica Rubia Moisa, diretora Técnica e de Operações do Instituto Ser Sustentável.

Metas de redução de CO2 e de maior representatividade de motoristas mulheres
A Transportadora Sulista iniciou sua jornada ESG em 2020 e a primeira missão foi organizar essa agenda, identificando internamente o que já possuía de praticas em cada um dos pilares. “Quando em 2020, começamos a falar de práticas ESG, a primeira coisa que fizemos foi olhar para dentro da empresa, identificar os programas e práticas sustentáveis já existentes em cada um dos pilares e começar a tratá-las de forma sistematizada”, informa a diretora executiva da Transportadora Sulista, Josana Teruchkin.

Com a mentoria e o compromisso da liderança, a Sulista foi validada nas ações que já desenvolvia e recebeu apoio do Instituto Ser Sustentável com ferramentas de priorização dos programas ESG. A empresa obteve o selo proposito ESG, com nível avançado, em dezembro de 2021.

Entre os programas implementados, destacam-se o de Diversidade e Inclusão, que tem como metas atingir 3% do quadro de motoristas do gênero feminino até o final de 2022, indicador que já foi alcançado antes do prazo e hoje a empresa conta com 3,2% de motoristas mulheres.

Além disso, outra meta é alcançar 50% do quadro administrativo-operacional formado por mulheres até final de 2023. Hoje a empresa está em 45% na área administrativo-operacional e 37,5% de mulheres na liderança. Como referência, o setor de transporte de cargas conta com 17% de mulheres em sua totalidade. Motoristas mulheres são 6,5%.

Organizar, priorizar e medir
No que se refere ao “E” do ESG, ou seja, pilar meio ambiente, a meta é a redução de 10% na emissão de gás carbônico até final de 2022, por meio do Programa Gestão na Boleia. O projeto utiliza uma plataforma para a gestão do combustível em tempo real e também da dirigibilidade do motorista.. “Esse programa, além obviamente dos resultados internos, fideliza o nosso cliente, em especial a indústria, que tem metas de redução de CO2 e nós somos o meio para que possam reportar e evidenciar a redução de emissão para suas matrizes no exterior”, ressalta Josana.

Para quem quer iniciar um projeto e não sabe por onde começar, ela dá uma dica: “Olhe para dentro e identifique o que a empresa já possui de práticas ESG. Organize, priorize e meça”.

Fabricante de produtos à base de alfarroba prevê estar certificada com ESG até final de 2022
Quem também teve o desafio de iniciar as práticas de ESG foi a empresa Carob House, que trouxe a alfarroba para o Brasil e desenvolveu produtos à base dessa matéria-prima como substituto do cacau. A fundadora da empresa, Eloisa Helena, aponta que a empresa se deparou com os desafios dos conceitos. “ESG é muito mais complexo do que a gente imagina. Foi quando descobri a forma errada de conceitos que eu trazia, principalmente o entendimento do que diferencia um projeto social de um filantrópico. ESG não é sair por aí fazendo caridade e é muito interessante quando começamos a descobrir essa diferença”, conta.

A empresa, que está em processo de mentoria pelo Instituto Ser Sustentável, espera obter a certificação até o final de 2022. O objetivo é construir um valor social para a indústria, quebrando o paradigma de que a razão de existir das empresas é ter lucro a qualquer custo. “Nós, empresários, estamos tão focados em fazer dinheiro que precisamos entender que a empresa deve ganhar dinheiro, sim, mas não como um fim, mas um meio”, afirma.

E, para as empresas que ainda não pensaram sobre ESG, ela afirma que este é um movimento irreversível do mundo e que é preciso começar logo. “Vocês estão atrasados, mas nunca é tarde para começar. Antes tarde do que mais tarde. Comece tarde, mas inicie porque vai chegar um momento em que o processo vai ser irreversível”, vislumbra ela.

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