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Historicamente, boa parte das linguagens de programação têm como base o inglês. E, de acordo com a revista Computer Word, um dos motivos para a falta de mão-de-obra na área é justamente a falta de profissionais com proficiência no idioma. “Dominar o inglês tem se tornado um requisito cada vez mais frequente para se destacar e impulsionar a carreira. Isso não só acontece pelo idioma ser a língua franca internacional, mas porque uma pessoa que a domine demonstra determinação, motivação e que está aberto ao aprendizado e à diversidade mundial, pois língua e cultura estão de mãos dadas”, explica o gerente de conteúdo do PES English, Luiz Fernando Schibelbain.
Na prática, empresas de tecnologia, tanto no exterior quanto no Brasil, têm buscado profissionais capazes de se comunicar bem em inglês. E não se trata mais de um diferencial, mas de uma habilidade básica. De acordo com a diretora de Tecnologia e Operações da Tecnobank, Adriana Saluceste, “o inglês já é considerado um dos conhecimentos essenciais para qualquer carreira, ainda mais quando falamos de tecnologia da informação. A tecnologia é totalmente globalizada e, além da grande maioria dos termos desse setor serem usados em inglês, o idioma também ajuda a acompanhar manuais, livros, tutoriais, palestras, congressos e projetos internacionais. Por fim, falar inglês contribui para ampliar o networking”.
Para o Instituto Gartner, o número de novos empregos relacionados à inteligência artificial chegará a dois milhões até 2025. Uma pesquisa realizada pela Catho no fim de 2021 mostrou que profissionais que falam inglês podem chegar a receber 83% a mais que seus concorrentes. Nas áreas de tecnologia, além desse ganho, há também mais oportunidades de trabalho, inclusive no exterior. Países como o Canadá e a Nova Zelândia estão frequentemente divulgando vagas no setor especialmente destinadas a estrangeiros. Para ser mais competitivo, no entanto, é preciso dominar o idioma.
E, ainda que o ideal seja ter contato com a língua desde cedo, é possível alcançar bons níveis de fluência quando se começa mais tarde. “A regra básica é a comunicação inteligível. A ideia de que os aprendizes precisam falar e escrever como nativos do idioma não se sustenta mais. Somos frutos da soma dos idiomas que usamos para ter voz no mundo”, afirma Schibelbain.
Mas não basta arranhar o inglês ou saber falar e não entender o que se é dito. Quando se trata de incluir o idioma no currículo, é preciso fazer uma autoanálise crítica e só prometer o que pode entregar. Investir em um bom programa de inglês e na prática da conversação é cada vez mais necessário para concorrer a boas posições no mercado de trabalho. Afinal, profissionais fluentes tendem a ter mais oportunidades e ganhar salários diferenciados do que seus concorrentes.
Destaque na multidão
No Brasil, a porcentagem da população capaz de falar o idioma ainda é muito baixa. Informações de um estudo do British Council e do Instituto de Pesquisa Data Popular apontam que apenas 5% dos brasileiros falam outro idioma além do português. Desses, apenas 1% tem fluência em inglês.
Em 2021, um outro estudo, realizado pela Cambridge English e pela QS Intelligence Unit, mostrou que, em países cujo idioma nativo não é o inglês, 95% das empresas classificam o idioma como importante para os negócios. Schibelbain lembra que a globalização exige, cada vez mais, que as pessoas possam se comunicar com profissionais de todo o mundo, seja em reuniões corriqueiras, seja para fechar contratos milionários. “As empresas estão atrás dos talentos onde quer que eles estejam. O domínio dessa língua é um diferencial competitivo no mercado de trabalho porque, hoje, o número de pessoas que falam inglês no mundo é até três vezes maior do que o de falantes nativos”, destaca. O especialista completa que, para transitar no ambiente acadêmico, científico e profissional, a ferramenta de comunicação é o inglês.
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